20 de novembro de 2015

RESENHA | Ratos — Gordon Reece

Título: Ratos
Título Original: Mice
Autor: Gordon Reece 
Editora: Intrínseca 
Páginas: 240 
Lançamento: 2011
Onde comprar: Buscapé

Sinopse:
"Quando um gato entra na toca dos ratos, ele não vai embora deixando-os ilesos. Eu sabia como aquela história iria terminar. Ele mataria nós duas."
Shelley e a mãe foram maltratadas a vida inteira. Elas têm consciência disso, mas não sabem reagir — são como ratos, estão sempre entocadas e coagidas. Shelley, vítima de um longo período de bullying que culminou em um violento atentado, não frequenta a escola. Esteve perto da morte, e as cicatrizes em seu rosto a lembram disso.

Ainda se refazendo do ataque e se recuperando do humilhante divórcio dos pais, ela e a mãe vivem refugiadas em um chalé afastado da cidade. Confiantes de que o pesadelo acabou, elas enfim se sentem confortáveis, entre livros, instrumentos musicais e canecas de chocolate quente junto à lareira. Mas, na noite em que Shelley completa dezesseis anos, um estranho invade a tranquilidade das duas e um sentimento é despertado na menina. Os acontecimentos que se seguem instauram o caos em tudo o que pensam e sentem em relação a elas mesmas e ao mundo que sempre as castigou. Até mesmo os ratos têm um limite.
"A espontaneidade da escrita de Reece tem tanta força que o leitor demora a suspeitar que pode haver mais em Shelley do que ela realmente mostra."  The Guardian
"Vítimas, levadas ao extremo, tornam-se os agressores nesse thriller de opostos."  Kirkus Reviews
Opinião:

Logo que olhei para a capa, veio em mente que o livro traria uma narrativa sobre ratos assassinos que arrancam membros de pessoas, atacam sem piedade a qualquer hora do dia, entre outras coisas... mas se engana quem pensou assim como eu. Na verdade, quem olha para esse livro e lê só sua sinopse na capa traseira, a princípio, não da nenhuma importância; se não prestar atenção nem vê que a parede da capa está toda suja de sangue, alguns nem mesmo percebem que é uma parede. Mas já adianto uma coisa: se prepare para ler um ótimo suspense, um banho de sangue te espera!
"A realidade era exatamente o oposto da ordem e da beleza; era o caos e o sofrimento, a crueldade e o horror. [...] A realidade era um massacre diário de inocentes. Era um abatedouro, um açougue, forrado pelos corpos de inúmeros ratos..." — Pág. 68
Me chamou muita atenção como o autor utilizou o termo "ratos" ao longo do livro, a maneira metafórica que ele usou para descrever tudo. Os ratos, nesse livro, são sinônimos de pessoas covardes, medrosas, que não se impõem e sempre saem na pior, pessoas que vivem se escondendo do mundo e dos perigos que ele possui. Como exemplo posso citar a protagonista Shelley, uma menina estudiosa que desde pequena sofreu bullying (o que é muito bem explorado e descrito ao longo do texto) de suas colegas de escola, àquelas que considerava como sendo suas "melhores amigas", algumas vezes por causa do seu peso, outras por seu jeito de vestir ou mesmo por sua falta de interesse por meninos. Shlelley nunca se defendia das agressoras e sofria calada como um rato que se encontra encurralado em um beco sem saída, esperando pela morte ao ser perseguido por um gato. 
“O banho de sangue começará agora. O banho de sangue começará agora, justamente quando pensamos que ele partiria e nos deixaria em paz! A loucura começará agora ...” — Pág. 73
Sua mãe também é como um rato. Ela descobre que seu marido a traiu com uma garota de 24 anos e no processo de divórcio acaba perdendo tudo e fica na miséria. Quando sua filha sofre uma agressão que quase tira sua vida, elas se mudam para um chalé isolado, num campo mais afastado da cidade, onde poderiam viver tranquilas sem nem sequer um vizinho para atormentar.

Para Shelley, tudo indica que as coisas irão melhorar na nova casa, só que no dia de seu aniversário de 16 anos um homem invade sua casa e é aí que começa todo o suspense, toda a angústia, toda a matança... Afinal, até os ratos têm um limite para suportar os sofrimentos e a dor. Uma hora eles atacam o gato para se defender. Ou não?

Esse foi o primeiro e único romance do britânico Gordon Reece publicado no Brasil, ele também é autor de Graphic Novels e de diversos livros infantis. O autor escreve muito bem e não vejo a hora dele lançar mais algum livro, sua escrita é do tipo que não deixa nem a gente respirar, é um tipo de livro que você não consegue parar de ler enquanto ele não acaba. O livro é escrito em primeira pessoa pela Shelley, e isso da uma naturalidade e uma tensão bem maior ao texto. Por tudo isso ele leva:

Espero que tenham gostado da resenha, se você já leu o livro, diz o que achou aí nos comentários. E se você ainda não leu e tem esse livro estacionado na estante, pare tudo o que estiver fazendo e vá ler ele agora! Se não tem, compre, empreste, mas dê um jeito de lê-lo o quanto antes.

BookTrailer:

4 comentários:

  1. Divo na resenha Ludtke .. eu quero ler logo, mais vai pra estante das ferias de verão, q elas comecem logo .. #ansiosa

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que as ferias cheguem logo hahaha
      Obrigado e boa Leitura

      Excluir
  2. Adorei a resenha.
    O livro parece ser bem interessante!
    Gosto de livros que me tiram o fôlego... hehe

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado.
      Leia o mais rápido possível, tenho certeza que não vai querer largar hahaha

      Excluir