28 de agosto de 2017

RESENHA | Meu Amigo Dahmer — Derf Backderf

Título: Meu Amigo Dahmer
Título Original: My Friend Dahmer
Autores: Derf Backderf
Editora: DarkSide Books
Páginas: 288
Lançamento: 2017
Onde comprar: Amazon.com.br

Sinopse:

MEU AMIGO DAHMER traz o perfil do psicopata Jeff Dahmer quando este ainda era um aluno do ensino médio. O autor do livro foi seu colega de turma nos anos 1970, e conviveu com o futuro “canibal de Milwaukee” com uma intimidade que Dahmer talvez só viesse a compartilhar novamente com suas vítimas. Juntos, Derf e Dahmer estudaram para provas, mataram aula, jogaram basquete. Os dois tomaram rumos diferentes, e Derf só voltaria a saber do amigo pelo noticiário, anos depois. Em 1991, os crimes de Jeffrey Dahmer vieram à tona: necrofilia, canibalismo e uma lista de pelo menos 17 mortos, entre homens adultos e garotos. O primeiro assassinato teria acontecido meses após a formatura no colégio.

Além de remexer nos seus velhos cadernos e álbuns de fotografia, Derf consultou seus amigos de adolescência, antigos professores, os arquivos do FBI e a cobertura da mídia após a descoberta de seus crimes antes de roteirizar MEU AMIGO DAHMER.

Opinião:

Você tem algum colega da época de escola que ficou famoso quando adulto? Alguém que tenha virado astro de TV, jogador de futebol, um grande executivo? Pois é, Derf Backderf teve um amigo que ficou mundialmente conhecido, virou um dos maiores Serial Killers dos Estados Unidos.

A primeira graphic novel da DarkSide, que inaugura a publicação de HQs e Mangás, trás uma história verídica, Jeffrey Dahmer assassinou mais de 15 pessoas entre 1978 e 1991. Sua sina criminal teve início ainda quando era colega de Backderf.

Você já olhou para colegas de trabalho/escola e imaginou como seria a vida deles longe do ambiente no qual convive com você? Derf imaginava, achava o colega meio louco, de comportamentos estranhos, mas jamais poderia imaginar que ele viraria um serial killer. Ou será que podia?

Backderf, que na verdade se chama John Backderf, era considerado o melhor desenhista da turma, ele adorava fazer esboços do rosto de seus colegas, pegando suas principais características e escrevendo texto neles e já adulto virou cartunista.

Nesta obra, lançada nos Estados Unidos em 2012, e que chega ao Brasil com a honra de ser a primeira HQ da DarkSide, Derf conta como era a convivência com seu famoso colega, qual era o ciclo de vida no colégio, na vizinhança, ele mostra momentos nos quais os dois estiveram juntos e principalmente como Dahmer era visto pelos que o cercavam.

A graphic novel é dividida em 5 partes. Os quadrinhos são narrados pelo ex-colega do serial killer. O livro tem a narrativa do cartunista presente, situando os leitores de situações importantes, já que ela não segue uma sequência contínua, mas diversas histórias esporádicas dos personagens.

Depois das cinco partes existe ainda um epílogo, onde o autor explica praticamente todos os quadrinhos, contextualizando ainda mais as cenas. E por fim o livro ainda apresenta um último capítulo de Cenas Extras, com mais quadrinhos, inclusive com alguns desenhos originais de Derf, da época em que ainda estava no colégio.

Os desenhos são mais “artesanais” do que estamos acostumados a ver em HQs. Eles não tem muito trabalho digital em cima, deixando os traços feitos a mão pelo cartunista, ainda na sua adolescência, prevalecerem.

O que mais me impressionou foi o fato de todos os amigos de Dahmer notarem os problemas psicológicos que ele apresentava, mas a escola e a família não. E mais que isso, se omitirem na criação e no auxilio na vida de um adolescente.

O principal objetivo do livro é colocar o leitor no papel do escritor, e fazê-lo refletir sobre esse passado. Será que Derf e seus amigos mais próximos poderiam ter feito algo para salvar a vida de Dahmer e das pessoas que ele matou? Ou ele era realmente desequilibrado e estava designado a cometer todos esses crimes? E a culpa principal é de quem? Dos pais que não davam o carinho e a atenção que toda criança merece ou da escola que não viu os principais sinais de que ele era um perigo?

Tudo isso me fez refletir muito, principalmente na questão sobre o peso que nós temos na vida das pessoas e não sabemos, as vezes perguntar como a pessoa está ou xinga-la sem nenhum propósito pode afetar a vida dela completamente, para o bem ou para o mal. Precisamos medir nossas atitudes e procurar dar o melhor de nós aos outros, pois fazer o bem sempre terá um reflexo positivo na vida do próximo.

O livro é magnífico e a primeira Graphic Novel da editora não fica devendo em nada às obras muito bem impressas por ela. A história é curta, de rápida leitura, apesar das quase 300 páginas, pode ser lida em um dia. Um livro pesado, com “cenas” intensas e desenhos perturbadores, uma história real, de alguém próximo à um grande assassino, inovador, assustador e acima de tudo revelador. Não queria ser amigo de Dahmer, não sei como lidaria com a situação, mas e você? Já teve um amigo assassino? Já refletiu sobre o que suas ações podem causar ao próximo? Então leia “Meu Amigo Dahmer” e venha nos contar as suas reflexões... O livro leva

4 comentários:

  1. Essa Darkside ainda vai me levar a falência. Ainda não comprei esta edição, mas como adoro ler sobre o assunto e ainda mais HQ pretendo comprar em breve.

    www.saidaminhalente.com

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    1. Vai nos levar à falência mesmo, é uma bomba atras da outra, melhor editora do mundo hahahaha!!!

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  2. Acredito que todo livro sobre serial killer nos faz refletir mesmo. Gosto muito de como a Ilana Casou nos mostra como existem algumas características em comum entre eles, como os problemas na infância. Tenho curiosidade de ler Meu Amigo Dahmer. Gostei bastante de Wytches, graphic novel também publicada pela DarkSide.

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    1. Bah ainda não li wytches, vou procurar. É sim, todos serial killers tem um claro problema na infância, diretamente ligado aos pais. Ah e a Ilana é a melhor de todas no assunto

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