12 de março de 2017

RESENHA | O Oceano no Fim do Caminho — Neil Gaiman

Título Original: The Ocean at The End of the Lane
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Páginas:
208
Lançamento: 2013
Onde comprar: Buscapé

Sinopse:

Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos.

Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.

Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano. 
“Nada nunca é igual. Seja um segundo mais tarde ou cem anos depois. Tudo está sempre se agitando e se revolvendo. E as pessoas mudam tanto quanto os oceanos.” — Pág. 185 
Opinião:

Esse livro é um misto de fantasia e lembranças...

A morte chegou para alguém, e o menino, agora velho, foi ao seu encontro. O dia tinha sido triste, pesado, e estando na cidade onde vivera seus primeiros anos, o velho homem decide então revisitar seu passado, caminhando por velhos caminhos e mergulhando no oceano de suas memórias...
“Esse é o problema com as coisas vivas. Não duram muito. Gatinhos num dia, gatos velhos no outro. E depois ficam só as lembranças. E as lembranças desvanecem e se confundem, viram borrões...” — Pág. 58
O Oceano no Fim do Caminho é o relato de uma infância, é uma história fantástica contada pela memória do esquecimento, uma anedota da vida. A leitura desse livro nos faz caminhar, nos aventurar, viver... Nos faz mergulhar, seja no medo, na esperança, no passado ou mesmo no oceano das lembranças...
“Não tenho saudade da infância, mas sinto falta da forma como eu encontrava prazer em coisas pequenas, mesmo quando coisas maiores desmoronavam. Eu não podia controlar o mundo no qual vivia, não podia fugir das coisas nem das pessoas nem dos momentos que me faziam mal, mas tinha prazer nas coisas que me deixavam feliz. [...]” — Pág. 169
Há tempos eu não tinha uma leitura tão prazerosa, emocionante, fantástica e inocente. Por meio de uma linguagem metafórica, leve, de personalidade, Neil Gaiman me conquistou. Foi aos poucos derramando suas palavras claras e límpidas no oceano de papel, fazendo refletir lua e estrelas nas páginas encharcadas de belas frases.

O menino de sete anos que adorava viver sua infância mergulhado nas páginas de livros certamente adoraria ter um livro como esse em sua estante, onde a magia, a aventura, o mal e uma menina chamada Lettie Hempstock fazem parte.
“Desde pequeno eu sempre pegava ideias emprestadas dos livros. Eles me ensinaram quase tudo o que eu sabia sobre o que as pessoas faziam, sobre como se comportavam. Eram meus professores e meus conselheiros. [...]” — Pág. 92
Eu nunca havia antes me aventurado pelos livros do Gaiman, esse foi meu primeiro contato com autor por meio das palavras. Já tinha visto alguns filmes baseados em suas criações, como Coraline e o Mundo Secreto e Stardust: o Mistério da Estrela. Vejo que ele é mestre em criar fábulas e boas histórias, criar mundos e cenários fantásticos, ele nos faz vivenciar sonhos e pesadelos.
“Existem monstros de todos os formatos e tamanhos. Alguns deles são coisas de que as pessoas têm medo. Alguns são coisas que se parecem com outras das quais as pessoas costumavam ter medo muito tempo atrás. Algumas vezes os monstros são coisas das quais as pessoas deveriam ter medo, mas não têm.” — Pág. 129
Queria um dia poder mergulhar n’O Oceano no Fim do Caminho, para ter a sensação de conhecer e saber de tudo, mesmo sem saber de nada! Neil Gaiman já se figura entre meus autores favoritos com esse livro que recebe
Espero que eu tenha conseguido passar um pouco de como estou me sentindo após a leitura, estou meio sonhando ainda. Você já leu algum livro do autor? O que achou? Deixem algumas indicações aí nos comentários, me mostrem um pouco mais dos sonhos do Gaiman...

6 comentários:

  1. Resenha muito legal cara. Gaiman é ótimo em tudo que escreve.

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    1. Muito Obrigado Matheus!

      Espero ler muitos outros livros do autor. Pois eu já amei a sua forma de escrever. Fique sempre de olho que teremos muitas novidades por aqui.

      Abraços

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  2. Livro fantástico ! Lembro que quando terminei a leitura, fiquei pensando que poderia ter mais de 1000 páginas.

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    1. Olá Maurilei,

      É uma sensação que grande parte dos leitores de Gaiman sentiram, esse livro retrata uma inocência que nos aquece, nos faz querer permanecer por mais algum tempo com a sensação.

      Grande Abraço

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  3. O livro realmente é muito bom (estou no quase no final). Já li vários outros do autor (Lugar Nenhum, O Livro do Cemitério, Os Filhos de Anansi, Coisas Frágeis...), mas se tivesse que indicar um, seria DEUSES AMERICANOS. Esse livro é genial. Imperdível.

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    1. Oi Shadow! Muito obrigado pela dica, quero muito mergulhar no mundo do Gaiman, quero ler tudo dele.
      Grande Abraço

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