22 de junho de 2016

RESENHA | O Inverno Que Não Acabou e Outros Contos — Adriano de Andrade

Título: O Inverno Que Não Acabou e Outros Contos 
Autor: Adriano de Andrade
Editora: Novo Século/Talentos da Literatura Brasileira
Páginas: 144
Lançamento: 2015
Onde comprar: Buscapé

***Livro Cedido por Parceria***

Sinopse:

Um homem lutando contra as suas – amargas – lembranças; um psicopata oculto perturbando sua vítima em um cenário obscuro; dois mundos distintos que seguem caminhos paralelos e quase se cruzam; um erotismo imaginário preenchido com sofrimento alheio; o sonho perdido de uma criança e o vício na vida de um gênio. Elementos que compõem as narrativas curtas deste livro; uma seleção de contos para colocar suas sensações à flor da pele. Em um universo que percorre diferentes cenários relacionados às aflições que cercam o indivíduo, O Inverno Que Não Acabou e Outros Contos revela a eterna alternância dos sentimentos que resumem a esperança e a descrença na atitude humana.

Opinião:

Escrever um conto é algo muito difícil, não pode ser muito grande, nem muito pequeno, tem que ter início meio e fim, tem que atrair o leitor e encantar, assustar, aumentar a adrenalina, mas acima de tudo surpreendê-lo com tão poucas palavras digitadas.

O livro contém vinte e quatro contos incríveis de diversos gêneros literários, com uma leitura leve, sem enrolação, ótima escrita e cheio de emoção.

Falar de cada conto é algo meio difícil, por isso irei falar dos três que mais gostei. Então vamos lá.

O Inverno Que Não Acabou
é o conto de entrada. O personagem narra a história dele ao voltar para visitar a casa que um dia viveu quanto criança com seus pais. O que me chamou a atenção nesse conto foi como o cenário foi descrito, como se o local escondesse algo sombrio que atormentava o personagem central, isso logo se mostra algo real ao descrever o comportamento dos pais, que oscilam entre amor e raiva constantemente.
"O ranger agudo da cadeira contra o assoalho da varanda não cessava, mesmo sem ter alguém sentado para fazê-la balançar."
A Maçaneta Branca foi o conto que mais gostei, não foi só por causa do gênero ser o que eu mais curto em conto, mais por seu enredo em si. Um homem recém desempregado é contratado por um corretor de imóveis para reformar a casa de um cliente que acabou de se mudar.

"O cliente fizera duas únicas exigências: os ambientes deveriam receber uma nova camada de tinta seguindo as regras que estivessem dentro daquele envelope e o pagamento integral pela obra seria feito em local, dia e hora marcados pelo proprietário."
Além das duas exigências o pintor não poderia estar na casa antes das sete da manhã e nem depois das sete da noite, os cômodos deveriam ser pintados de uma única cor (preto), um cômodo por dia, o pintor não poderia tirar a tinta do corpo, ou seja, não poderia tomar banho quando estivesse nesse emprego, e sempre deveria usar a mesma roupa. Foram essas maluquices que me chamaram a atenção, além, é claro, do desfecho de tudo isso. Recomendadíssimo!

Outro conto que gostei muito foi Conversa de Asfalto, literalmente uma conversa entre asfaltos, um asfalto velho que os motoristas evitam por não trazer mais aquela segurança e um recém inaugurando com muita empolgação esperando o primeiro veículo passar. O asfalto mais velho começa a dar uma lição ao asfalto mais novo para que ele perceba que sua empolgação irá durar pouco (ela também serve para o ser humano).
"— As marcas que você carrega revelam o quanto você foi útil na vida de muita gente. Pense nas pessoas que o procuraram e a quem você não deixou faltar apoio. Tornou o caminho delas mais fácil."
No geral, achei um ótimo livro, cada conto me mostrou uma visão diferente do ser humano ou da vida. Excelente para se ler em uma viagem, no ônibus ou na hora de dormir, mas saboreando cada conto de uma forma que consiga absorver toda a essência nele contida. O livro recebe

Nenhum comentário:

Postar um comentário