18 de março de 2016

RESENHA [Livro/Filme] | Condado Macabro — Marcos DeBrito

Título: Condado Macabro
Autor: Marcos DeBrito
Editora: Simonsen
Páginas: 158
Lançamento: 2015
Onde comprar: Buscapé

***Livro Cedido por Parceria***

Sinopse:

Você já viu esse filme: cinco amigos, transbordantes de hormônios, resolvem alugar um casarão no meio de uma floresta, mas não contam com a possibilidade de serem assassinados por psicopatas mascarados.

O que você não viu, foi este aqui: trocadilhos à brasileira, um chapéu de cangaceiro, música brega aos montes, poeira, calor, frustração sexual e reviravoltas, ah, muitas reviravoltas.

Opinião: 

Condado Macabro é um verdadeiro circo de horrores, onde as risadas são abafadas pelos gritos e a visão é coberta por sangue.

Primeiramente vou esclarecer que essa é uma resenha/comentário tanto do livro quanto do filme. Por que eu não farei posts separados? Porque depois que eu li o livro, eu assisti ao filme, e as duas mídias se fundiram em um só Condado Macabro. A história é a mesma, mas cada contato me trouxe algo novo, um horror a mais, um sentimento diferente...

A história começa com um interrogatório: o investigador Moreira está cara a cara com o principal suspeito da matança, o sujeito está coberto de sangue, das mãos algemadas à face pintada. O palhaço foi a única pessoa com vida encontrada na cena do crime — uma mansão ao pé da floresta que havia sido alugada por cinco jovens para passar o feriado e que foi palco da carnificina. Será o palhaço culpado? Ou, como ele alega, estaria apenas fazendo seu espetáculo?
“[...] A menina estava amarrada com o pescoço dilacerado. O sangue que jorrava de sua garganta aberta represara na camiseta branca tingindo-a de vermelho. Como um animal pronto a ser servido em uma ceia canibal, uma fruta, que a impedira de berrar antes de sua morte, tampava sua boca.” — Pág. 96
Horas antes da mansão se tornar um mar de sangue, os cinco jovens achavam que teriam um ótimo fim de semana num local no meio do nada, com piscina, quadra, mesa de bilhar etc., onde poderiam fazer o que bem entendessem sem que algum adulto os perturbasse. Mas, como já puderam ver, todo esse sonho se transformou mais tarde num terrível pesadelo.
“Trazendo consigo um machado sujo de sangue ressecado, seu andar era lento e respirava como se tivesse as vias entupidas. Uma grotesca cabeça de porco escondia-lhe o rosto como uma máscara, deixando-o com a aparência de um monstro mitológico esquecido dos livros.” — Pág. 37
Os personagens, mesmo tendo suas próprias características, são um pouco rasos, como uma roupa suja já usada em um show. Beto é o mulherengo brincalhão da turma, que possui um repertório de cantadas tão bom quanto o dos famosos pedreiros; Théo já é reservado, sua timidez e cautela emanam da pele como suor; Mari, sua irmã, é o oposto, extrovertida e toda alto astral; Lena, por quem Théo tem uma quedinha, não foge dos padrões comuns da sociedade, uma garota que, assim como Mari, só quer aproveitar a vida; já (Va)nessa, é a gordinha estrambelhada do grupo, aquela que sempre se dá mal. A dupla de palhaços, Cangaço e Bola8, são os personagens dos quais mais gostei, um pela esperteza e o outro por sua "inocência".
“Tentar sensualizar o rebolado de Vanessa era impossível. Seria bom se Deus tivesse dado à garota o pé-de-valsa que ela acreditava ter. Mas não. Seus passinhos assustavam até o capeta, que, se pudesse, furaria os olhos com os próprios chifres para não ter que contemplar algo que não permitiria nem à alma mais padecente do inferno.” —Pág. 86
A sinopse sintetiza, em poucas palavras, o que será encontrado pela frente, mas a ênfase nas “muitas reviravoltas” deveria ser ainda maior tendo em vista tudo o que acontece. A história dá verdadeiras cambalhotas!

Tanto o livro quanto o filme são repletos de referências, dos clássicos filmes de terror dos anos 80 como “O Massacre da Serra Elétrica” até a música brega nacional. O talentoso autor e cineasta Marcos DeBrito “brinca com clichês” com essa inovada mistura de sangue, humor e uma essência tipicamente brasileira.
“O gancho de metal aberto ainda balançava no fecho quando a imagem funesta da sádica mascarada, escorando no ombro sua espingarda carregada, deu o primeiro passo no gramado do jardim. Seu olhar vidrado sob o rosto plastificado de uma boneca infernal era como a de um canibal faminto seduzido pelo desejo de carnificina.”— Pág. 117
Mesmo o livro tendo sido escrito após o filme, numa adaptação das telas para o papel, eu achei ele mais completo que o filme, as cenas me pareceram mais reais por meio das descrições. O autor também tem uma escrita deliciosa, o que me entreteve bastante. É um livro que tem boas doses de suspense, terror e humor e pode ser lido facilmente em um dia. A tela deu cor e movimento às páginas, mas eu ainda prefiro o velho papel rabiscado de preto. O livro recebe 
Eu nunca tinha assistido um filme de terror nacional e me surpreendi muito com Condado Macabro, a atmosfera criada me transportou para a perversidade do condado, muitas cenas fortes foram filmadas com maestria. Algumas coisas me incomodaram, como a atuação de alguns atores e os efeitos especiais que não foram tão especiais, o que certamente é consequência do baixo orçamento. O filme também é um pouco longo, mas isso não atrapalhou em nada, pois o suspense crescente me prendeu bastante.

O longa estreou em 12 de novembro 2015 e ficou em cartaz até janeiro em algumas cidades do país. Dirigido por Marcos DeBrito e André de Campos Mello, com , e no elenco. Agora ele se encontra em VOD, ou seja, em várias plataformas online como o Net Now, iTunes, Google Play, GVT, Microsoft e Looke. E em breve sairá o DVD/BluRay!
http://www.imdb.com/title/tt2287677/
Cartaz do Filme
Alerta: "O filme tem censura 18 anos! Tem sangue, morte e tudo que você adora ver, mas não pode."

Recomendo ambos a todos que querem sentir o cheiro de sangue fresco e se aventurar por um mistério no qual até os que aparentam inocência têm culpa.

Trailer:

5 comentários: