14 de outubro de 2016

RESENHA | O Menino que Desenhava Monstros — Keith Donohue

Título: O Menino que Desenhava Monstros
Título Original: The Boy Who Drew Monsters
Autores: Keith Donohue
Editora: DarkSide Books
Páginas: 256
Lançamento: 2016
Onde comprar: Amazon

Sinopse:

Um livro para fazer você fechar as cortinas e conferir se não há nada embaixo da cama antes de dormir. O Menino que Desenhava Monstros ganhará uma adaptação para os cinemas, dirigida por ninguém menos que James Wan, o diretor de Jogos Mortais e Invocação do Mal.

Jack Peter é um garoto de 10 anos com síndrome de Asperger que quase se afogou no mar três anos antes. Desde então, ele só sai de casa para ir ao médico. Jack está convencido de que há de monstros embaixo de sua cama e à espreita em cada canto. Certo dia, acaba agredindo a mãe sem querer, ao achar que ela era um dos monstros que habitavam seus sonhos. Ela, por sua vez, sente cada vez mais medo do filho e tenta buscar ajuda, mas o marido acha que é só uma fase e que isso tudo vai passar.

Não demora muito até que o pai de Jack também comece a ver coisas estranhas. Uma aparição que surge onde quer que ele olhe. Sua esposa passa a ouvir sons que vêm do oceano e parecem forçar a entrada de sua casa. Enquanto as pessoas ao redor de Jack são assombradas pelo que acham que estão vendo, os monstros que Jack desenha em seu caderno começam a se tornar reais e podem estar relacionados a grandes tragédias que ocorreram na região. Padres são chamados, histórias são contadas, janelas batem. E os monstros parecem se aproximar cada vez mais.

Na superfície, O Menino que Desenhava Monstros é uma história sobre pais fazendo o melhor para criar um filho com certo grau de autismo, mas é também uma história sobre fantasmas, monstros, mistérios e um passado ainda mais assustador. O romance de Keith Donohue é um thriller psicológico que mistura fantasia e realidade para surpreender o leitor do início ao fim ao evocar o clima das histórias de terror japonesas.

Opinião:

Jack sofre da Síndrome de Asperger, uma espécie de autismo, que prejudica completamente sua maneira de viver, fazendo-o ter medo de ir até mesmo ao jardim de sua casa. Ele vive confinado, sem amigos (na verdade, o único amigo que ele ainda tem é Nick, filho de um casal de amigos de seus pais) e o máximo que chega perto da realidade é quando fica junto à janela da sala vendo o mar em frente a casa, então ele passa a maior parte do tempo desenhando, com as canetinhas que a mãe o presenteou.

O enredo gira em torno da imaginação de Jack e dos conflitos familiares provocados pela dificuldade que a família encontra a partir da doença do filho, que os impede, por exemplo, de fazer viagens, de ir a lugares comuns como shoppings ou parques, e até mesmo provoca uma exclusão da família perante as outras.

Keith escreve de maneira clara e dinâmica, expõe todos os fatos relevantes sobre o cenário que criou, mostrando exatamente como cada personagem é afetado por Jack, consegue transferir o pensamento, os medos, loucuras e paranoias de menino para os leitores como se escrevesse cada palavra com tinta permanente em nossa imaginação. Durante a leitura, me senti com raiva em certos momentos, em outros tive medo, fiquei apreensivo, mas em nenhum momento feliz, assim como o menino se sente durante todo livro.

O final é surpreendente e deixa você de queixo caído, nos fazendo demorar alguns dias para conceber que aquilo realmente aconteceu e deixando uma lacuna nos pensamentos, fazendo com que tudo que eu havia sentido durante a leitura fosse em vão, afirmando que o único que realmente sabia das coisas naquela história era o próprio Jack.

A DarkSide Books trouxe um livro magnifico, cheio de detalhes, muito bem escrito e traduzido, a capa é assustadoramente impressionante, os dentes do monstro são em relevo, inclusive tendo uma textura única, feita com cuidado para deixar o leitor encucado com a imagem.

“O Menino que Desenhava Monstros”, publicado nos EUA em 2014, é o quinto e último livro lançado, torço para que ele escreva coisas novas, com a mesma pegada e que cheguem a nós pelas mãos talentosas de uma editora que pensa, acima de tudo, no leitor que irá receber o seu exemplar em mãos.

Um livro magnifico, desde a sua estrutura física até o seu enredo, personagens bem construídos e cenários que por si só já nos conquistam, tudo que um leitor de horror deseja, arrisco dizer que é um ótimo livro para que adolescentes se interessem pelo gênero, uma ótima porta de entrada para novos leitores. O livro recebe
BookTrailer:



2 comentários:

  1. Olá, Bruno!
    O novo livro do Keith Donohue já foi confirmado. Deve ser lançado nos EUA este ano e na DarkSide, ainda não tenho certeza da data de publicação, mas segundo o PublishNews, a editora já comprou os direitos de publicação.
    Divulguei a sinopse do novo livro lá no blog: Blog do Ben Oliveira
    Gosto muito de O Menino Que Desenhava Monstros. Um ótimo terror!
    Abraços

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    Respostas
    1. Poxa, legal saber. Conheci alguns dos livros anteriores dele, nenhum deles teve a repercussão do Menino que Desenhava, tomara que esse novo livro seja tão bom como o atual, o escritor parece ter qualidade tomara que a mantenha.


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