MEU AMIGO DAHMER traz o perfil do psicopata Jeff Dahmer quando este ainda era um aluno do ensino médio. O autor do livro foi seu colega de turma nos anos 1970, e conviveu com o futuro “canibal de Milwaukee” com uma intimidade que Dahmer talvez só viesse a compartilhar novamente com suas vítimas. Juntos, Derf e Dahmer estudaram para provas, mataram aula, jogaram basquete. Os dois tomaram rumos diferentes, e Derf só voltaria a saber do amigo pelo noticiário, anos depois. Em 1991, os crimes de Jeffrey Dahmer vieram à tona: necrofilia, canibalismo e uma lista de pelo menos 17 mortos, entre homens adultos e garotos. O primeiro assassinato teria acontecido meses após a formatura no colégio.
Além de remexer nos seus velhos cadernos e álbuns de fotografia, Derf consultou seus amigos de adolescência, antigos professores, os arquivos do FBI e a cobertura da mídia após a descoberta de seus crimes antes de roteirizar MEU AMIGO DAHMER.
Opinião:
Você tem algum colega da época de escola que ficou famoso
quando adulto? Alguém que tenha virado astro de TV, jogador de futebol, um
grande executivo? Pois é, Derf Backderf teve um amigo que ficou mundialmente
conhecido, virou um dos maiores Serial Killers dos Estados Unidos.
A primeira graphic novel da DarkSide, que inaugura a publicação de HQs e Mangás, trás uma história verídica,
Jeffrey Dahmer assassinou mais de 15 pessoas entre 1978 e 1991. Sua sina
criminal teve início ainda quando era colega de Backderf.
Você já olhou para colegas de trabalho/escola e imaginou
como seria a vida deles longe do ambiente no qual convive com você? Derf
imaginava, achava o colega meio louco, de comportamentos estranhos, mas jamais
poderia imaginar que ele viraria um serial killer. Ou será que podia?
B ackderf, que na verdade se chama John Backderf, era considerado o melhor desenhista da turma, ele adorava fazer esboços do rosto de seus colegas, pegando suas principais características e escrevendo texto neles e já adulto virou cartunista.
Nesta obra, lançada nos Estados Unidos em 2012, e que chega
ao Brasil com a honra de ser a primeira HQ da DarkSide, Derf conta
como era a convivência com seu famoso colega, qual era o ciclo de vida no
colégio, na vizinhança, ele mostra momentos nos quais os dois estiveram juntos
e principalmente como Dahmer era visto pelos que o cercavam.
A graphic novel é dividida em 5 partes. Os quadrinhos são narrados pelo ex-colega do serial killer. O livro tem a narrativa do cartunista
presente, situando os leitores de situações importantes, já que ela não segue
uma sequência contínua, mas diversas histórias esporádicas dos
personagens.
Depois das cinco partes existe ainda um epílogo, onde o autor
explica praticamente todos os quadrinhos, contextualizando ainda mais as cenas.
E por fim o livro ainda apresenta um último capítulo de Cenas Extras, com mais
quadrinhos, inclusive com alguns desenhos originais de Derf, da época em que ainda
estava no colégio.
Os desenhos são mais “artesanais” do que estamos
acostumados a ver em HQs. Eles não tem muito trabalho digital em cima, deixando
os traços feitos a mão pelo cartunista, ainda na sua adolescência,
prevalecerem.
O que mais me impressionou foi o fato de todos os amigos de
Dahmer notarem os problemas psicológicos que ele apresentava, mas a escola e a
família não. E mais que isso, se omitirem na criação e no auxilio na vida de um
adolescente.
O principal objetivo do livro é colocar o leitor no papel do
escritor, e fazê-lo refletir sobre esse passado. Será que Derf e seus amigos
mais próximos poderiam ter feito algo para salvar a vida de Dahmer e das
pessoas que ele matou? Ou ele era realmente desequilibrado e estava designado a
cometer todos esses crimes? E a culpa principal é de quem? Dos pais que não
davam o carinho e a atenção que toda criança merece ou da escola que não viu os
principais sinais de que ele era um perigo?
Tudo isso me fez refletir muito, principalmente na questão
sobre o peso que nós temos na vida das pessoas e não sabemos, as vezes
perguntar como a pessoa está ou xinga-la sem nenhum propósito pode afetar a
vida dela completamente, para o bem ou para o mal. Precisamos medir nossas
atitudes e procurar dar o melhor de nós aos outros, pois fazer o bem sempre
terá um reflexo positivo na vida do próximo.
O livro é magnífico e a primeira Graphic Novel da editora não fica devendo em nada às obras muito bem impressas por ela. A história é
curta, de rápida leitura, apesar das quase 300 páginas, pode ser lida em um
dia. Um livro pesado, com “cenas” intensas e desenhos perturbadores, uma
história real, de alguém próximo à um grande assassino, inovador, assustador e
acima de tudo revelador. Não queria ser amigo de Dahmer, não sei como lidaria
com a situação, mas e você? Já teve um amigo assassino? Já refletiu sobre o que
suas ações podem causar ao próximo? Então leia “Meu Amigo Dahmer” e venha nos contar as suas reflexões... O livro leva
Essa Darkside ainda vai me levar a falência. Ainda não comprei esta edição, mas como adoro ler sobre o assunto e ainda mais HQ pretendo comprar em breve.
ResponderExcluirwww.saidaminhalente.com
Vai nos levar à falência mesmo, é uma bomba atras da outra, melhor editora do mundo hahahaha!!!
ExcluirAcredito que todo livro sobre serial killer nos faz refletir mesmo. Gosto muito de como a Ilana Casou nos mostra como existem algumas características em comum entre eles, como os problemas na infância. Tenho curiosidade de ler Meu Amigo Dahmer. Gostei bastante de Wytches, graphic novel também publicada pela DarkSide.
ResponderExcluirBah ainda não li wytches, vou procurar. É sim, todos serial killers tem um claro problema na infância, diretamente ligado aos pais. Ah e a Ilana é a melhor de todas no assunto
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